"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”. Amyr Klink.
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Artistas nas Ruas





Uma coisa legal, a quantidade de artistas nas ruas e o fato de que os passantes realmente colaboram com eles. Nas fotos, exemplos desses artistas, com maior ou menor apelo turístico, com maior ou menor apuro, na Espanha, no Marrocos e um pequeno vídeo, que ilustra a intensidade da colaboração citada

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sábado, 13 de novembro de 2010

Ligne d'aventure

Não podemos deixar de registrar a excelência do serviço da empresa Ligne d'Aventure, no Marrocos. Se alguém for viajar para o Marrocos, pode procurar de olhos fechados o pessoal. São dois irmãos, Youssef e Omar, pessoal super profissional, atencioso e, claro, conhecedores do Marrocos profundo, o site: http://www.lignedaventure-maroc.com/ ). Nosso especial agradecimento a Omar, que nos conduziu pelo tour de quatro dias, por entre as paisagens, cenas e povo do Marrocos. Valeu muito !!!


Nosso trajeto no Marrocos

Percorrer o Marrocos em sua diversidade de paisagens e culturas foi muito interessante. No mapa abaixo, o trajeto feito. De Rabat a Marrakech e de Fez a Tanger, usamos os trens, de Marrakech a Fez, rodoviário.


¿O Brasil és un país peligroso, no?

O desconhecido gera um certo medo. Viajar para longe nao é diferente. Sempre quando pensamos em viajar bate aquela insegurança, culpa da gente mesmo como também da mae quando indaga sobre a segurança do local e nos dá conselhos. Além disso tem ainda a imagem que criamos do lugar resultante das notícias e famas sobre os locais, como da Bolívia produtora de cocaína, da Colômbia sendo local de narcotráfico e por aí vai.
Nessa viagem me surprendi com algumas questoes relacionadas ao medo. Omar, o guia que nos conduziu durante 4 dias por viagens pelo Marrocos, nos disse que o Brasil seria um país perigoso e ficou espantando quando um amigo que está morando em Sao Paulo lhe disse que à noite é preciso dirigir com os vidros do carro fechados para nao ser assaltado. Bom, eu, que tinha medo de andar pelas medinas, com a mochila ou carteira, como se diz, passei a olhar para "meu próprio rabo" (no bom sentido, claro). Depois, quando fomos dormir no deserto do Saára, num acampamento, Malaquin, um dos responsáveis pela cabana, quando soube que éramos do Brasil ficou animado, elogiou bastante dizendo que era um país bonito mas que é perigoso para morar. Resultado: tive que olhar de novo para o rabo. No trem de Fez para Tanger, ainda no Marrocos, Asema, uma marroquina que falava árabe, francês, espanhol e inglês fluentemente (confesso que fiquei com inveja disso) puxou assunto com a gente e, quando falamos da viagem pela América do Sul, ela disse que na Colômbia havia cocaína, Osmir nao perdeu a deixa e disse que no Marrocos nos ofereceram haxixe, ou seja, os medos sao recíprocos.
Me entristece quando uma pessoa de fora tem uma imagem negativa do Brasil, a ponto de impedí-la de viajar para conhecer realmente o país (somente nós sabemos o que essa pessoa estaria perdendo) e também quando criamos a imagem negativa de outros países (lá, eles é que sabem o que nós estamos perdendo).

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Deus, poder e nação.... e mídia



Outra característica impressionante no Marrocos, o respeito e temor que o Monarca inspira, respectivamente, à população e aos integrantes da burocracia estatal. Na primeira foto, inscrito em uma montanha do alto Atlas: Deus (acima), rei (esquerda) e país (direita). Na segunda, também inscrições saudando a família real. As cidades por que passamos estavam tomadas por bandeiras do Marrocos, pois tinham acabado de comemorar uma data nacional, aniversário da marcha verde sobre o sahara (terceira e quarta foto).
No período em que estávamos no Marrocos, houve um conflito entre forças do Marrocos e habitantes do Sahara (saharís), em tese ligado a uma frente político-revolucionária, chamada frente polisario, que reivindica a "independência do sahara". Políticas e políticos a parte, ao voltarmos à Espanha, pelo espaço que o fato ocupava na mídia, sentimos um pouco aquele discurso de salvadores do mundo, que estamos acostumados a ver em relação aos EUA em relação ao "resto" do mundo. A oposição pressionando governo para adotar medidas contra o Marrocos por violação de direitos humanos (um jornalista espanhol havia morrido no conflito e têm a história da responsabilidade da Espanha por seu passado colonialista ...). Sabemos como termina essas histórias e quem paga o pato, sempre a população mais humilde e mais incapaz de se defender contra todos os imperialismos e autoritarismos, venham de onde venham.
Também sentimos bem o papel da mídia na criação de verdades e mentiras.... enfim... este não é o espaço para se alongar, mas queríamos registrar que fica na mente e coração aquela sensação da necessidade de ver e ouvir com nossos próprios olhos e ouvidos um mundo em que cada vez mais o espaço entre a realidade e nossos sentidos está intermediado pela tela da TV e do computador.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Deserto... camelos

Como entramos no Marrocos nao poderíamos deixar de fazer o passeio pelo deserto do Saara e ainda montados em camelos. Acho que seria como ir à Salvador e nao descer o elevador Lacerda ou ir à Copacabana no Rio. Para esse passeio, nossa base foi a cidade de Merzouga, onde deixamos nossas mochilas grandes e partimos para o acampamento no meio do deserto, montados em camelos, para passar a noite. No caminho do acampamento uma coisa me incomodava, pois estávamos eu e Osmir montados cada um com seu camelo e o guia Malaquin na frente, andando sobre as duas. Achei o fato dele andar à frente estranho, pois imaginaria que ele poderia muito bem ir montado em um terceiro camelo. Daí, no espanhol aportuguesado (sim, ele falava em árabe, em inglês com muita facilidade e espanhol também - fiquei com inveja disso também) perguntei por que ele nao estava em outro camelo. Ele logo disse que nao gostava, que os camelos sao utilizados para transportar mulheres grávidas, mantimentos, materias e turistas, pois é muito desconfortável. Nao é que ele tinha razao! Montar cavalo, mula, burro é outra história.
O pôr-do-sol no deserto foi muito bonito, assim como o nascer, sem nenhuma nuvem. A noite é o céu é bem estrelado, apesar da lua crescente.

O camelo. Tipo curioso. Parece teimoso e nada confortável montá-lo.



No dia seguinte, quanto voltamos para o hotel, na mesma formaçao, eu e Osmir montados e Malaquin caminhando, torcíamos para chegar logo, quase pedindo para ir caminhando!

O dia do Cordeiro

Os dias em que viajamos pelo Marrocos, precediam uma as festas muçulmanas: a "festa do cordeiro", um tipo de páscoa, árabe. Segundo Omar, nosso guia, toda família marroquina tem que matar um cordeiro nesse dia de festa (que coisa mais bíblica, nao?). Vimos nas feiras, as pessoas garantindo o seu cordeiro (vivo) e os transportando das maneiras mais inusitadas pelas estrada, em burro, carriola, ou arrastando pelos chifres.... Na foto, homens negociando em um mercado de Rassani, cidade do interior.


Nos preparando para o deserto


Tenda Tuareg no caminho do deserto do Saára

No caminho para as dunas de Merzouga (começo do Saara) passamos por uma tenda de nômades Tuaregs (os homens de azul). Usam túnica e turbante azul ou negro. Eu tive meu momento Tuareg, fui convencido a usar o turbante. Na foto, aprendendo a montar o turbante. Uma coisa interessante é que, entre os berberes, mulheres e homens pintam os olhos de negro. Omar, nosso guia, explicou que além de cosmético, é também um produto medicinal. O nome, soou para mim algo como "alcorról", perguntei se era álcool, ele disse que não, que é um pó de rocha negra, moída. Mesmo sem pintar os olhos, usei o turbante, que foi muito útil contra o sol e a areia do deserto.

p.s.: em casa, fui pesquisar sobre a palavra: trata-se do árabe "Al kuhl" (لكحل ) em inglês: "The Kohl", que designa o pó obtido pela pulverização de galena (sulfeto de chumbo) ou da stibnita (sulfeto de antimônio), o pó negro que vimos no Marrocos (estranho, não é? uma vez que o chumbo é tóxico para os seres vivos). A palavra árabe passou pelo latim, francês e deu origem à palavra alcohol em inglês, álcool em português. A palavra atual para designar o nosso álcool em árabe é al-kuḥūl (الكحول ) (é, na verdade, uma palavra ocidental reintrodução no idioma árabe).


do aurélio: [Do ár. (cláss.) al-ku*ul ;ou al-ku*l, ‘pó metálico (de antimônio ou chumbo) us. para colorir as pálpebras’; ‘colírio’, pelo esp. alcohol; nas línguas européias, a palavra passou a significar ‘pó obtido por sublimação’ e, por analogia, ‘produto ou essência obtida por destilação’.]

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Chá de menta...

Chá servido no Riad Karina, em Marrakech
Se no Brasil quando recebemos uma visita oferecemos o clássico cafezinho, no Marrocos, em todo o local que se chega, logo lhe oferecem o chá de menta. Foi assim, no Riad em Marrakech, foi assim também num lar bérbere de famílias que ainda hoje vivem em covas cavadas no deserto. Eu (Evandro) confesso que continuo preferindo o cafezinho, até porque esse chá às vezes nao tem açúcar que tire o amargo.

Família bérbere que vive em cavernas no deserto Marroquinho.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Kasbah de Ait Ben Haddou e o cinema






























Este post é especial para nossos amigos e amigas cinéfilos. Passamos por um dos mais antigos kasbahs do Marrocos, que..... foi utilizado nas locaçoes de diversos filmes.... vejam se identificam... (sem consultar Professor Google, é claro).

Nao é uma cena de cinema?

Detalhes...

Os mosaicos que os árabes deixaram na cultura Marroquina e Andaluza (Espanha) sao impressionantes. Esses trabalhos minuciosos estao presentes em antigos castelos, fortes e até em construçoes novas, principalmente no Marrocos.










segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Djemaa el Fna


Um lugar absolutamente imperdível em Marrakech é a praça na entrada da Medina, a Djemaa el Fna. Gente de toda parte do mundo se encontrando ou se confrontando ali. Tem um forte apelo turístico, mas nao se perde uma certa autenticidade nesse mundo já globalizado. Tem encantadores de cobra, músicos, mulheres lendo futuro, homens vendendo àgua (uma instituiçao marroquina), etc... O pôr do sol, com o sol realçando a torre da Mesquita de Koutobia, os almuadems chamando com seu cântico os fiéis para a oraçao... enfim, é indescritìvel.


e comida!!!! Os tajines e o cuscuz marroquinos.... Tempero único, sempre acompanhado do pao.

Dois momentos de fotos frustradas


Evandro, nao conformado com o fato de que as Mesquitas só estao abertas a muçulmanos...

e eu tentando me livrar da multidao que congestiona os palácios abertos a visitaçao pública em Marrakech. "Ai que ódio"!!! (como diria Elizabeta Taylor).




(PARENTESES): Para terem uma idéia das dificuldades de ediçao aqui no Marrocos, deem uma olhada neste teclado.... SOCORRO........

domingo, 7 de novembro de 2010

Mercado e mercadores

Todo mundo no Marrocos negocia e pechincha, é um processo curioso. Normalmente o vendedor mostra e valoriza o produto. Quando você pergunta o preço, ele diz um valor correspondente a quatro, cinco vezes o que pretende receber (ou mais, dependendo da cara do freguês). Daí você reclama, ele pergunta quanto você daria pelo produto. Momento complicado. Se der valor muito baixo ele pode te xingar todo, porque você está aviltando o produto. Se der alto, você se lenha, pois se ele aceitar, acabou a negociaçao prá você; já que desistir da venda depois do vendedor ter aceito sua oferta é ofensa grave. No começo assusta, depois você se acostuma e gosta do jogo, por exemplo ameaçando ir embora. Quando ele cede, joga e mercadoria em cima de você (ainda bem que a nossa, normalmente eram lenços). No final estávamos negociando até pastilha para garganta na farmácia. Vira um vício!


Na medina, entre o comércio, um dos 5 momentos diários para oraçao na mesquita.

O Riad









Momento de refugio da agitaçao da Medina. Os Riads seriam o equivalente a nossas pousadas. Mas bote detalhe e capricho nessas pousadas para virarem um riad. Sao milhares Marrakech. O que ficamos nos deixou muito satisfeitos, junto das muralhas do Palácio El Badi, com as cegonhas e seus ninhos enormes sobre nossas cabeças...., o recolhimento do ambiente e a atençao do pessoal do Riad, o silêncio e o cuidado com que trabalham, tudo isso faz um contraste total com o burburinho e agitaçao da Medina.



sábado, 6 de novembro de 2010

Rachid e o Kasbah de Oudaia


Chegados ao Marrocos, tentamos conhecer por nossa conta as labirínticas ruas e vielas das medinas e dos Kasbah de Rabat. Tarefa difícil, pois abundam solícitos guias informais. No primeiro dia, mal cruzamos a imensa porta do Kasbah de Oudaia e somos abordados por um "morador" disposto a nos mostrar o local onde sucessivamente viveram diferentes povos (bérberes, árabes, espanhóis e portugueses). Como nada é gracioso no Marrocos, ao final queria uma colaboracao de 300 dirhans (equivalente a 30 euros). Oferecemos 50 e acabamos dando 100. As informacoes de toda forma valeram muito e ajudam a introduzir nos na cultura local. Depois, no mercado, fomos nos acostumando com as pechinchas (e tomando gosto por ela).