"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”. Amyr Klink.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sierra Nevada

No segundo dia em Granada resolvemos fazer um passeio è Serra Nevada, na expectativa de fazer caminhadas na famosa estação de esqui da Andalusia. Pegamos um ônibus na rodoviária e chegamos lá umas 10h, com o dia ensolarado e frio. No alto da montanha, ao pé da estação de esqui, há uma concentração razoável de hotéis, restaurantes, lojas, mas quando chegamos estava praticamente tudo fechado, havendo somente alguns trabalhadores que arrumavam as lojas e restaurantes. Tomamos um café e nos dirigimos para as aerosilhas, ansiosos para chegar (com facilidade) ao topo da montanha nevada. Para nossa infeliz surpresa, a estação estava fechada e por motivo de segurança, não podíamos subir, pois, como havia chovido muito na noite anterior, poderia haver formação de gelo, impedindo a subida e, inclusive, as caminhadas pelas trilhas. Daí, lembramos que compramos a passagem de retorno para Granada às 17h. Pensamento positivo, pensamos logo, ¨vamos ver uma internet, a gente edita o blog e o tempo passa…¨ Quando pergunto para uma moça onde haveria uma lan-house, ela dá uma risadinha e diz ¨Internet? Aqui? Não!¨ Aí caímos na real, estávamos em uma estação de esqui fechada, na rua, sem poder passear, sem internet, sem computador, sem banheiro, um frio que as poças de água estavam congeladas, temperatura começando a cair e com uma passagem de retorno somente às 17h. Ainda fui perguntar num bar que era responsável pelas passagens se teria outro ônibus antes, mas confirmaram que o único seria às 17h. Pqp, parecia que estávamos no deserto, numa cidade fantasma sei lá o quê! Fomos para a saída da vila, na beira da estrada tentar uma carona. Eu não gosto de pegar carona de desconhecidos…. Pegava muita na faculdade, mas hoje não, depois que comecei a dirigir passei a ter medo de pegar carona. (só um parêntesi: sempre quando digo a palavra "medo" meu cérebro liga o automático e me faz lembrar de Regina Duarte às vésperas da eleição presidencial quando foi ao ar dizer que tinha medo e que tinha medo também de não poder dizer que tinha medo - acho que virou uma espécie de trauma cerebral). Voltando: Mas naquela situação estava valendo qualquer coisa. Após uns quinze minutos, depois de alguns motoristas ignorarem nossos pedidos... dois barbudos de mochila... um senhor parou para nos dar carona. Foi nossa salvação. E a carona foi bem agradável. No caminho contou que era Espanhol mas tinha vivido infância e adolescência na República Dominicana, já morou na Austrália e em diversos lugares (tá explicada a carona) e hoje vive em Granada. Nos deixou praticamente no centro de Granada para aproveitar o restante do dia. (Na foto, Sierra Nevada, mas vista de Granada.... com a decepção da experiência, não nos animamos a fazer fotos na estação de esqui, excetuando a de um cão, que Osmir não resistiu fotografar e está aí no blog, em outro post).

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